sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Portugal no inicio de sua colonização no Brasil, trouxe uma grande mentalidade cultural medieval que se expressava nas construções residenciais e igrejas, na religiosidade popular com suas crenças e tradições, nas feiras livres, etc

MARCO DO DESCOBRiMENTO



Primeiro núcleo habitacional do Brasil, Porto Seguro, além de ostentar o marco do Descobrimento, desempenhou papel importante nos primeiros anos da colonização. São desta época prédios históricos que podem ser visitados durante o dia ou apreciados à noite, quando sob efeito de iluminação especial. O passeio histórico pode começar pelo Marco do Descobrimento, de onde se descortina uma das mais belas paisagens do litoral de Porto Seguro. O marco veio de Portugal entre 1503 e 1526, e simboliza o poder da coroa portuguesa, utilizado para demarcar suas terras. Todo em pedra de cantaria, de um lado está esculpida a cruz da Ordem de Avis e, do outro, o brasão de armas de Portugal.







BRASÃO DA CIDADE

Na Bandeira da cidade encontramos o Brasão com desenhos que mostram claramente a medievalidade com castelo, escudos e a Cruz de Malta





COROA VERMELHA

Em Coroa Vermelha, um dos diversos distritos de Santa Cruz Cabrália, e locais da celebração da 1ª Missa no Brasil, e onde se encontram fixadas diversas famílias de índios Pataxós que ali residem, e que vivem do comércio de artesanato indígena. Neste local vale conhecer tanto o Memorial da 1ª Missa quanto a réplica da Cruz feita para esta 1ª Missa, monumentos que servem para recordar os primeiros momentos do nosso país.

ESPORTE

Observa-se a influência medieval portuguesa até no esporte.  
Usando das cores da bandeira de Porto Seguro em dois círculos, tem uma vela de caravela ao centro com a cruz de malta, representando a chegada dos portugueses às terras tupiniquins. Abaixo da vela a data de fundação do clube, que coincide com a data do descobrimento e as iniciais do clube. O escudo do clube é simples e elegante além de ser recheado de significados, sendo assim ele é belo tanto a vista quanto ao pensamento.





Podemos observar nesse escudo como no clube do Vasco da Gama a Cruz de Malta.





A cruz de Malta ou cruz de São João é identificada como o símbolo do guerreiro cristão. É uma cruz com oito pontas e tem a forma de quatro braços em V que se juntam em suas bases. Seu desenho é baseado nas cruzes usadas desde a Primeira Cruzada.
Emblema dos Cavaleiros de São João, que foram levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de suas oito pontas, que expressam asforças centrípetas do espírito e a regeneração. Até hoje a Cruz de Malta é muito utilizada em condecorações militares.

Nas naus portuguesas que desbravaram os mares é relevante a Cruz de Malta nas velas dos navios revelando ainda a mentalidade e o espírito das Cruzadas na Idade Média
AS FEIRAS





As feiras livres também trás referencias a forma de comercio que começou a desenvolver na Baixa Idade Média e ainda hoje está presente no cotidiano das cidades brasileiras. Com isto, em Porto Seguro não é diferente, existem dentre as   feiras livres da cidade , a Feira Livre do Baianão que acontece todos os domingos.


Além desta feira, existia outra de grande importância na cidade a Feirinha do Centro de Porto seguro, a qual foi desativada por motivo de invasão. Neste sentido o vídeo acima feito pelo professor da Escola Municipal Valdívio Costa de  Porto Seguro, Jesimiel Januário da Silva relata a historia desta feira livre fazendo um paralelo as feiras da Idade Média.


Lenda da Água Milagrosa






“ Corria o ano de 1549, sendo Superior dos Jesuítas em Porto Seguro, o  Padre Francisco Pires, sacerdote com fama de louvável virtude e zelo, cujas memórias ainda andam frescas nos corações daqueles religiosos.
Segundo escreveu o cronista da Companhia de Jesus no Brasil, Padre Simão de Vasconcellos, quanto no citado ano, com seus suores e de alguns companheiros que consigo tinha, estava construindo a ermida de Nossa Senhora da Ajuda. A virgem santa, vendo a devoção e a fadiga com que os padres lhe fabricavam aquela casa, houve por bem lhes proporcionarem alguns miraculosos favores. Dentre os muitos que lhes concederam, cita-se o da aparição da água, tanto para uso domésticos como para o preparo de argamassas, o que forçava os religiosos à buscá-la um pouco distante, tendo consequentemente de efetuarem muitas descidas e subidas na colina e de atravessar as terras de um morador que não lhe conformava com tais idas e vindas por dentro de suas propriedades. Este proprietário vivia sempre mal humorado com os padres, que sentiam imensamente mais paixão do bom homem que o cansaço de trazer as costas  a água.
Assim, contristados, os religiosos suplicaram à virgem, que contornasse semelhante  estado de coisas, e a senhora lhe acudiria.
Com imenso esforço, já haviam conseguido levantar a capela-mor do santuário, e um dia, quando o padre Francisco pires, celebrava a missa na referida capela, verificou-se o milagre. “Oficiava o sacerdote, transportado de celeste fervor, quando no “Canon”, ouviu-se repentinamente, debaixo do altar, “  um sonoro e brando sussurro “ no dizer do padre José de Anchieta, indo brotar corrente de água, fora do frontispício da igrejinha, ao pé de uma frondosa árvore, com o qual ficou remediada a necessidade que havia dela, para a obra da igreja, a serviço dos padres.
À notícia alvissareira, correram todos os moradores para ver e admirar o grande prodígio e entre eles, aquele que bramava contra o transito dos padres através de suas terras. Segundo narra o padre Simão de Vasconcellos, o homem ficou tomado de espanto, vendo quão mais liberal, de lhe mostrara a senhora aos religiosos, e com água mais doce e clara, sendo a água de lagoa e mito somenos. Tocados pela repreensão pelo céu, ficou ele tocado para com os padres e por toda a vida, devoto especial da Companhia.
O milagre da imagem se espalhou por todas as Capitanias da costa do Brasil, e ao manancial e à ermida principalmente, desde logo à correr grandes levas de romeiros, procedentes até dos pontos mais avançados da colônia.


IGREJA NOSSA SENHORA DA PENHA
Além disso o símbolo da cruz é bem presente no inicio da colonização, como é vista na Cidade Histórica


REFERENCIAS:

ALMEIDA, Fausto Rodrigues de. Descubra Porto Seguro: “Terra Mater do Brasil”. Ed. 3ª. História: 2003




Porto Seguro, cidade situada no extremo sul baiano  foi o primeiro local onde os navegantes portugueses de Pedro Álvares Cabral desceram em 1500. Sendo ainda o primeiro núcleo habitacional do Brasil, onde ostentou o marco do descobrimento e desempenhou papel importante nos primeiros anos da colonização.
Destaca-se como capitania foi doada a pero de Campo Tourinho por D. João III por carta passada em Évora em 7 de outubro de 1524. No entanto, com a morte deste donatário, outros surgiram, mas não tiveram sucesso, sendo o ultimo deles D. Pedro Diniz de Lencastro. Desta forma, estas terras passaram a fazer parte da Província da Bahia.
Em 1535 Pero do Campo Torinho levantou na Foz do Rio Buranhém a Vila de Porto Seguro, onde foi construídos fortes, capelas, armazéns etc. Assim às margens deste rio concentrava-se as atividades de pesca, armazéns e casas comerciais, enquanto na Cidade  Alta ou Cidade Histórica ficavam os monumentos religiosos, instituições administrativas e as habitações.
Diante deste processo histórico desta cidade, a presença marcante dos religiosos foram significativas, nas construções de templos e unidades habitacionais. Com isto formam construídas a Igreja da Glória, a mais antiga do Brasil, a qual foi destruída pelos ataques indígenas 1610. Alem dessa  Igreja outras de grande valor histórico foram construídas como Igreja da Misericórdia, a mais antiga  em pé no Brasil, construída em 1526, a Nossa Senhora da Pena, padroeira de Porto Seguro, foi construída em 1535, por Pero Campo Torinho e reconstruída em 1773, como também Nossa Senhora da Ajuda, Nossa Senhora do Rosário.
Percebe-se com isto a forte religiosidade introduzida na  região desde a colonização brasileira, traços trazidos pelos portugueses que ainda  carregava uma herança  cultural do período medieval onde a religião católica era a base da sociedade. Isto está presente não só nas inúmeras igrejas construídas, mas no brasão em que o escudo ostenta as cruzes da Ordem de Cristo, como as festas de cunho religioso e popular, exemplo a Puxada do Mastro ( festa de São Brás).

Além disso, é perceptível nas construções das Igrejas arquiteturas que trás características medievais, como no caso da Igreja Nossa Senhora de Pena, situada na Cidade Histórica, onde contem poucas janelas, sendo um pouco escura no seu interior, lembrando o estilo romântico da Idade Média, além de janelas e portas com formas arredondadas.





A Expedição  Lusitana


     Dia 21 de abril de 1500 são avistados os primeiros sinais de terra, sendo o dia 22 de abril a data na qual é avistado o monte alto, ao qual é dado o nome de Monte Pascoal.



  No dia 23 de abril é feita a primeira tentativa de contato com os índios, quando do envio de Nicolau Coelho a terra, só que a tentativa não teve logro devido à violência do quebra-mar que foi encontrado pela frente, tendo isso provocado uma movimentação da frota a procura de um local mais seguro, que foi encontrado 10 léguas mais adiante e onde foi colocado o nome de Porto Seguro.


     A 25 de abril, Nicolau Coelho e Bartholomeu Dias são enviados juntamente com dois grumetes e dois degredados para fazer contato com os índios, que pela época do descobrimento eram os índios Tupis (que ocupavam do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul), que foram substituídos pelos Aimorés, que eram índios mais bravos, maus, vingativos e traiçoeiros.


     No dia 26 de abril é celebrada a primeira missa no ilhéu de Coroa Vermelha. Dia 27 de abril é enviado Afonso Ribeiro com outros dois degredados para uma nova tentativa de contato com os índios. A segunda missa é celebrada no dia 1º de maio em terra firme e é assistida por cerca de cinqüenta índios.