Lenda
da Água Milagrosa
“
Corria o ano de 1549, sendo Superior dos Jesuítas em Porto Seguro, o Padre Francisco Pires, sacerdote com fama de
louvável virtude e zelo, cujas memórias ainda andam frescas nos corações
daqueles religiosos.
Segundo
escreveu o cronista da Companhia de Jesus no Brasil, Padre Simão de
Vasconcellos, quanto no citado ano, com seus suores e de alguns companheiros
que consigo tinha, estava construindo a ermida de Nossa Senhora da Ajuda. A
virgem santa, vendo a devoção e a fadiga com que os padres lhe fabricavam
aquela casa, houve por bem lhes proporcionarem alguns miraculosos favores.
Dentre os muitos que lhes concederam, cita-se o da aparição da água, tanto para
uso domésticos como para o preparo de argamassas, o que forçava os religiosos à
buscá-la um pouco distante, tendo consequentemente de efetuarem muitas descidas
e subidas na colina e de atravessar as terras de um morador que não lhe
conformava com tais idas e vindas por dentro de suas propriedades. Este
proprietário vivia sempre mal humorado com os padres, que sentiam imensamente
mais paixão do bom homem que o cansaço de trazer as costas a água.
Assim,
contristados, os religiosos suplicaram à virgem, que contornasse
semelhante estado de coisas, e a senhora
lhe acudiria.
Com
imenso esforço, já haviam conseguido levantar a capela-mor do santuário, e um
dia, quando o padre Francisco pires, celebrava a missa na referida capela,
verificou-se o milagre. “Oficiava o sacerdote, transportado de celeste fervor,
quando no “Canon”, ouviu-se repentinamente, debaixo do altar, “ um sonoro e brando sussurro “ no dizer do
padre José de Anchieta, indo brotar corrente de água, fora do frontispício da
igrejinha, ao pé de uma frondosa árvore, com o qual ficou remediada a
necessidade que havia dela, para a obra da igreja, a serviço dos padres.
À
notícia alvissareira, correram todos os moradores para ver e admirar o grande
prodígio e entre eles, aquele que bramava contra o transito dos padres através
de suas terras. Segundo narra o padre Simão de Vasconcellos, o homem ficou
tomado de espanto, vendo quão mais liberal, de lhe mostrara a senhora aos
religiosos, e com água mais doce e clara, sendo a água de lagoa e mito somenos.
Tocados pela repreensão pelo céu, ficou ele tocado para com os padres e por
toda a vida, devoto especial da Companhia.
O
milagre da imagem se espalhou por todas as Capitanias da costa do Brasil, e ao
manancial e à ermida principalmente, desde logo à correr grandes levas de
romeiros, procedentes até dos pontos mais avançados da colônia.
Parabéns!!!!
ResponderExcluirCaro colega Paulo Costa,
Belissimo trabalho,remetendo-nos a uma época de descobrimentos, de conquistas, também de grandes construções.
concordo com você, o trabalho está muito bom, me fez recordar o meu segundo grau onde o escudo do coégio também tinha o emblema da Cruz de Malta
ExcluirQue interessante!
ResponderExcluirMas por que essa igreja só tem uma torre? Será por uma questão religiosa, econômica ou o quê? Mas na Bahia, principalmente na capital temos várias igrejas com esse ar de inacabada, mas por que será? vamos lá internautas, quem se habilita?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom questionamento Islândia. Porque isto é curioso e passa despercebido. Mas o interessante que nos projetos arquitetônicos das igrejas eram projetados duas torres, mas só eram construídas uma, pois o governo portuguese cobrava alto imposto sobre a construção finalizada, desta forma, para não pagar este imposto as obras não era concluída.
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