sexta-feira, 17 de agosto de 2012



Lenda da Água Milagrosa






“ Corria o ano de 1549, sendo Superior dos Jesuítas em Porto Seguro, o  Padre Francisco Pires, sacerdote com fama de louvável virtude e zelo, cujas memórias ainda andam frescas nos corações daqueles religiosos.
Segundo escreveu o cronista da Companhia de Jesus no Brasil, Padre Simão de Vasconcellos, quanto no citado ano, com seus suores e de alguns companheiros que consigo tinha, estava construindo a ermida de Nossa Senhora da Ajuda. A virgem santa, vendo a devoção e a fadiga com que os padres lhe fabricavam aquela casa, houve por bem lhes proporcionarem alguns miraculosos favores. Dentre os muitos que lhes concederam, cita-se o da aparição da água, tanto para uso domésticos como para o preparo de argamassas, o que forçava os religiosos à buscá-la um pouco distante, tendo consequentemente de efetuarem muitas descidas e subidas na colina e de atravessar as terras de um morador que não lhe conformava com tais idas e vindas por dentro de suas propriedades. Este proprietário vivia sempre mal humorado com os padres, que sentiam imensamente mais paixão do bom homem que o cansaço de trazer as costas  a água.
Assim, contristados, os religiosos suplicaram à virgem, que contornasse semelhante  estado de coisas, e a senhora lhe acudiria.
Com imenso esforço, já haviam conseguido levantar a capela-mor do santuário, e um dia, quando o padre Francisco pires, celebrava a missa na referida capela, verificou-se o milagre. “Oficiava o sacerdote, transportado de celeste fervor, quando no “Canon”, ouviu-se repentinamente, debaixo do altar, “  um sonoro e brando sussurro “ no dizer do padre José de Anchieta, indo brotar corrente de água, fora do frontispício da igrejinha, ao pé de uma frondosa árvore, com o qual ficou remediada a necessidade que havia dela, para a obra da igreja, a serviço dos padres.
À notícia alvissareira, correram todos os moradores para ver e admirar o grande prodígio e entre eles, aquele que bramava contra o transito dos padres através de suas terras. Segundo narra o padre Simão de Vasconcellos, o homem ficou tomado de espanto, vendo quão mais liberal, de lhe mostrara a senhora aos religiosos, e com água mais doce e clara, sendo a água de lagoa e mito somenos. Tocados pela repreensão pelo céu, ficou ele tocado para com os padres e por toda a vida, devoto especial da Companhia.
O milagre da imagem se espalhou por todas as Capitanias da costa do Brasil, e ao manancial e à ermida principalmente, desde logo à correr grandes levas de romeiros, procedentes até dos pontos mais avançados da colônia.

5 comentários:

  1. Parabéns!!!!
    Caro colega Paulo Costa,
    Belissimo trabalho,remetendo-nos a uma época de descobrimentos, de conquistas, também de grandes construções.

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    1. concordo com você, o trabalho está muito bom, me fez recordar o meu segundo grau onde o escudo do coégio também tinha o emblema da Cruz de Malta

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  2. Que interessante!
    Mas por que essa igreja só tem uma torre? Será por uma questão religiosa, econômica ou o quê? Mas na Bahia, principalmente na capital temos várias igrejas com esse ar de inacabada, mas por que será? vamos lá internautas, quem se habilita?

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  3. Muito bom questionamento Islândia. Porque isto é curioso e passa despercebido. Mas o interessante que nos projetos arquitetônicos das igrejas eram projetados duas torres, mas só eram construídas uma, pois o governo portuguese cobrava alto imposto sobre a construção finalizada, desta forma, para não pagar este imposto as obras não era concluída.

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Nossa pesquisa está relacionada aos fatos e monumentos históricos do municípios de Porto Seguro, onde demonstram como se deu a colonização e ocupação do mesmo pelos colonizadores portugueses. Além disso, ressaltamos o motivo da escolha deste município para realização do trabalho, é porque um dos graduandos do nosso grupo reside na cidade de Porto Seguro, isto coincidiu com o nosso interesse de conhecer melhor o lugar onde se iniciou o Brasil e as heranças deixadas pelos colonizadores na cidade.